sexta-feira, 17 de junho de 2011

Olhos fundos


Ela tem olhos fundos. Pequenos olhos castanhos que brilham ingenuamente – apesar de tudo. Abaixo deles, uma área ligeiramente arroxeada, como um hematoma. “Hematoma” é a palavra perfeita para descrever aquelas olheiras, provindas das noites mal dormidas. Porque, afinal, ela estava mesmo machucada.

Apesar da palidez, e da aparência frágil de bonequinha de porcelana, ela trazia em si uma determinação maior que ela mesma. Uma garra, uma raça, uma vontade de se superar, de testar seus limites, de voar sempre mais alto.

Ela sofria da síndrome da fênix. Reerguia-se de suas cinzas, não importando o tamanho de seus problemas ou de sua dor. Quando parecia estar soterrada de cinzas, se afogando em suas próprias lágrimas, ela achava força em si mesma para ir em frente. Era necessário. A chama precisava arder novamente.

Então, se você por acaso vê-la passar...não mexa com ela; ela tem olhos fundos.

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