segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ilusões


"Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas."


Caio F. Abreu

Apenas uma fruta mordida...


"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Por quê?



Você me diz que nada mudou. Eu quero acreditar nisso, mas não consigo. Algo dentro de mim não está em paz.  Algo dentro de mim está gritando loucamente "alerta! perigo! sinal vermelho!"; e o pior é que eu não consigo explicar direito o que foi que mudou, não é concreto...só sinto que alguma coisa está diferente, errada. Você está diferente sim, comigo. Mais distante, frio. Eu não vejo mais aquele cara dos 50.000 e-mails gigantes (e lindos!) que adorava me "salvar" da chuva, e se vejo...é beeeeeeeeeem escondidinho lá no fundo. Será que você não vê mesmo? Será que é só coisa da minha cabeça? E a pergunta que mais me massacra: Por quê? 


"És eternamente responsável por aquilo que cativas."
- Saint Exupéry

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Tô precisando urgente


Tô precisando urgente de sentar na praia e olhar o mar. Aquela imensidão que ao mesmo tempo me deixa assustada e fascinada; encher o peito de ar e suspirar, tranquila. Olhar aquele céu azul que não acaba nunca, ouvir aquele barulhinho delicioso de onda quebrando. Enterrar os pés na areia fria e sentir a brisa cheirosa no rosto, sabe? Cheiro de maresia. Se for durante o pôr-do-sol, ótimo. Se for com você do lado, melhor ainda. 

Priscila Moraes

(OBS.: Eu tô começando a escrever como Caio F. Abreu ou é impressão minha? :O)

E o coração - a mesma chaga aberta (...)


"Mordi as rosas brancas de Ispaã
E o gosto a cinza em todas era igual!
Sempre a charneca bárbara e deserta,

Triste, a florir, numa ansiedade vã!
Sempre da vida — o mesmo estranho mal,
E o coração — a mesma chaga aberta!" 

Florbela Espanca

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Entenda...



“Entenda, é tudo novo pra mim. Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como espero pelo seu… Eu nunca fui tão eu mesma como sou com você. Perdão se às vezes meu jeito infantil de reagir te assusta ou te incomoda. Repito, é tudo novo para mim. Sinto-me uma criança confusa diante desse sentimento, sinto-me frágil diante do medo de te perder, sinto-me pequena diante da perfeição que a cada dia descubro em você, sinto-me cega diante da luz e magia que flui naturalmente dos seus olhos e do seu sorriso. Eu não sei o porquê de tudo isso. Não compreendo a imensidão do meu desejo. Desculpe pela infantilidade que te amar despertou em mim.”
— Caio F. Abreu

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eu quero acreditar



Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos, ela queria acreditar.
Caio Fernando Abreu

Sounds like me!



Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, de tentar acertar os passos.
Caio F. Abreu

Lembrei de você, meu amor.



“Poderíamos casar. Teríamos um apartamento. Tomaríamos café às cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola. O armário, de porcarias. Adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados. Nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.”

— Caio Fernando Abreu