domingo, 25 de setembro de 2011

Eu e meus amigos imaginários

Às vezes eu finjo que meus poetas preferidos são meus amigos mais íntimos. Gosto de imaginar que Clarice Lispector entende minhas reações estranhas, minha visão de mundo, minhas conclusões – quase sempre – precipitadas sobre essa vida. Que Caio Fernando Abreu está sempre me aconselhando:  “se joga, menina!”.  Que Florbela Espanca entende minha eterna e irremediável solidão. Que Augusto dos Anjos compreende minha falta de fé na humanidade. Que Álvares de Azevedo sabe por que fico fascinada diante de um jardim florido, porque valorizo tanto a beleza das pequenas coisas, aquilo que quase ninguém vê. Que William Shakespeare sempre me diz para aceitar de bom grado o conselho dos outros, mas nunca desistir da minha própria opinião. Que Jane Austen admira minha determinação, meu sarcasmo, meu orgulho, e minha fome por conhecimento. Que Vinicius de Moraes, sempre que estou assim meio borocoxô, sorri e canta para mim que “é melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe.” E que Stephenie Meyer está sempre me incentivando a escrever, haja o que houver.  Assim, nunca me falta boa companhia, um ombro amigo, ou bons conselhos.

sábado, 24 de setembro de 2011

Eu, você e uma garrafa de Jose Cuervo Black


Na cama, espalmo a mão cheia de anéis no seu peito, desço e subo devagar. Você fecha os olhos, sente o toque.  Encosto minha boca e meu nariz em seu pescoço, expiro forte. Sopro ao seu ouvido palavras de um passado que não vivemos.  Juntos, sonhamos enquanto ouvimos música.  Nós dois temos que acordar cedo no dia seguinte, mas isso não importa. Temos um ao outro, e a garrafa de Jose Cuervo Black. De quê mais precisamos além disso, e de nossos sonhos? Chego perto, mais perto, e te beijo. Ou é você quem me beija, não sei ao certo. Afinal, a tequila embaralha minhas memórias. Só sei que a conseqüência daquele beijo só podia ser uma, se tratando de nós dois (e da garrafa de Jose Cuervo Black).  Madrugada adentro, ficamos livres. “Livres de roupas, livres de tudo, livres.”  Como gostamos. E depois disso, agarradinhos, apagamos, exaustos. Como duas estátuas de mármore na cama, dormindo de conchinha. Boa noite, meu amor. Sonhar – sem pressa - com você faz falta.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quem sou eu


Citações de Clarice Lispector, poemas de Augusto dos Anjos, frases de Caio Fernando Abreu, morango com chocolate, livros...livros à mão cheia!, música, all star, locus horrendus, girassóis,um leve toque feminista, radicalismo, pavor de lagartixas, cookies de chocolate, Tim Burton, mau-humor matinal, Carpe Diem, jeans, criatividade, barulho de mar, o crepúsculo, a lua nova, o eclipse e o amanhecer, conhecimento culinário nulo, ciúme até da sombra, Bob Esponja, Kiss My Ass, Sushi, liberdade, maçã, mania de escrever,espirro engraçado, uma carência orgulhosa, paixão por fotografia,cara de fuinha, cair mesmo estando parada, cinema, muay thai, frases em latim,medo de escuro, tartarugas, sorvete de chocolate com batata frita, manteiga derretida, teimosia, narcisismo disfarçado, fixação por cavalos, e anéis em quase todos os dedos...E tudo isso que sei sobre mim, ainda não me ensinou quem sou eu.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não gosto dessa pressa, de estar sempre alerta e nunca relaxada. De estar sempre à espera de algum acontecimento iminente. É como se enquanto eu tento te abraçar, o mundo lá fora batesse no seu ombro e você me dissesse com cara de quem se desculpa: "Tenho que ir". Durante o tempo em que estamos juntos eu esqueci que existe mundo, admito. Para mim, só existe eu e você. A nossa bolha. Tenho que me conscientizar de que você não pode ser o centro do meu universo, que há mais que isso na vida. Que você precisa mesmo ir. Mas por mais que eu saiba que estou errada em me sentir abandonada...essas três palavras ainda me cortam o coração.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

O tempo é meu inimigo


Não gosto dessa versão de nós, essa rotina corrida. Não gosto de ter que te amar com pressa, porque você tem uma reunião. Prefiro muito mais te amar devagarinho, sem olhar o relógio, sem saber que horas são. Ver o dia amanhecer deitada no seu peito, conversando besteira e sonhando um futuro pra nós dois. É claro que prefiro te ver rapidinho a não ver, mas no momento em que saio do carro – como diria Caio Fernando Abreu – já “me dá uma saudade irracional de você”.