quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mãos grandes



Você tem mãos grandes, de homem. Gosto delas. Gosto de como você gesticula com elas  - o tempo todo - quando fala, gosto de como elas passeiam pelo meu corpo, e gosto quando elas seguram meu rosto com tanto carinho e tanta gentileza que quase não sinto o toque. Gosto do seu maxilar, de homem. Gosto do seu queixo, e sua boca. E gosto da sua barba me arranhando. Seus cílios longos, seu sorriso. E seus olhos, que não são de homem. São de menino. Eu vejo neles um desamparo tão grande que me dá vontade de te apertar e nunca te largar. Gosto das suas costas largas, de passear minhas mãos por elas e assistir a reação que isso vai desencadear depois. Pensar nas coisas que eu gosto em você me fazem ter uma certeza: Eu gosto de tudo em você. Não só do corpo, do físico. Como você mesmo me disse uma vez, gosto do “conjunto”. Gosto que você se preocupe comigo, e que cuide de mim. Gosto que minhas conquistas te deixem feliz, e que minha tristeza te deixe triste também. Gosto que você seja pai-coruja. Gosto da sua garra, admiro sua vontade de se superar. Gosto tanto quando ouvimos música juntos. Gosto quando você dirige segurando minha mão. Gosto de saber que você me entende, e que posso contar com você em qualquer situação. Gosto secretamente do seu ciúme, porque isso me mostra que você quer que eu seja só sua, e eu sou. Eu sou sua, amor.

Dormir


A hora de dormir nunca foi muito boa para mim. Costumava ser a hora em que todos os meus fantasmas – que eu tinha conseguido esquecer com sucesso durante o dia - vinham me assombrar. Então eu fugia. Ficava acordada até tarde, até não agüentar mais, até os olhos ficarem tão pesados que eu não agüentasse mais abri-los, e aí dormia sem chance de pensar. Mas aí você apareceu, e bagunçou meu mundo todo. Como outras várias coisas que você mudou em mim; você me tirou o medo de dormir. Dormir passou a ser a hora em que ficamos grudados, tão juntos que dá pra sentir a sua respiração quentinha no meu rosto, ou pescoço. A hora em que nos olhamos e não precisamos dizer nada, porque aquele olhar já quer dizer “eu te amo tanto...”. A hora em que eu te faço cafuné, e te ouço roncar feliz nos minutos seguintes. Ainda luto com o sono, mas não por medo de pensar, e sim por querer ficar mais tempo com você. Dormir se tornou a hora em que eu me viro e você passa seu braço pela minha cintura. E aí eu sorrio, e fecho os olhos finalmente...Só para abri-los no dia seguinte, dar de cara com você me encarando e sussurrar “bom-dia, amor.”