"Meu coração não sabe acompanhar o ritmo da música convencional; ele bate alto, descompassado, desafinado...sempre duas oitavas acima do tom.”
terça-feira, 21 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Sinto muito
Eu sinto muito por você, meu amigo de coração gelado.
Porque eu posso sangrar e sofrer, cair e realmente me machucar, mas pelo menos...eu sinto. E você, caro amigo, não.
Você nunca saberá o que é um coração acelerado à menor menção do ser amado. Nunca saberá o que é dormir e acordar sorrindo, porque – só porque – está pensando naquele alguém que você quer tão bem.
Meu coração – cheio de marcas e cicatrizes - é calejado, porém nunca se fechou. Ainda há tanta coisa bonita no mundo, tanta esperança. Já o seu coração, caro amigo, é seco e nunca se abriu. Você não conhece a plenitude, o delicioso torpor, você não conhece o amor, muito menos a esperança.
Você, com seus medos e seus escudos e seus limites e seus espaços, nunca saberá o que é amar. Porque, ó meu caro amigo, você não sente. E por isso, eu sinto muito.
Olhos fundos
Ela tem olhos fundos. Pequenos olhos castanhos que brilham ingenuamente – apesar de tudo. Abaixo deles, uma área ligeiramente arroxeada, como um hematoma. “Hematoma” é a palavra perfeita para descrever aquelas olheiras, provindas das noites mal dormidas. Porque, afinal, ela estava mesmo machucada.
Apesar da palidez, e da aparência frágil de bonequinha de porcelana, ela trazia em si uma determinação maior que ela mesma. Uma garra, uma raça, uma vontade de se superar, de testar seus limites, de voar sempre mais alto.
Ela sofria da síndrome da fênix. Reerguia-se de suas cinzas, não importando o tamanho de seus problemas ou de sua dor. Quando parecia estar soterrada de cinzas, se afogando em suas próprias lágrimas, ela achava força em si mesma para ir em frente. Era necessário. A chama precisava arder novamente.
Então, se você por acaso vê-la passar...não mexa com ela; ela tem olhos fundos.
Chega!
Não, eu não quero mais te querer.
Não é saudável, não me faz bem, e só prende meus pés, quando o que tenho que fazer é voar.
No dia do nosso aniversário, vou lembrar de você. Mas vou esquecer de novo, como tenho feito desde que você decidiu esquecer de mim. Não quero mais lembrar dos nossos risos, nossas noites, nossas madrugadas, e as manhãs logo depois. Não quero mais lembrar de você. Da sua voz engraçada, seu cheiro forte, e seu espirro de cachorro. Não quero mais sentir que não valho nada, que não sou bonita o suficiente para te prender comigo.
Não quero mais me sentir incompleta sem você. Não quero mais me sentir tão sozinha. Não quero mais me sentir tão sem graça. Não quero mais me sentir tão não-eu.
Não quero mais te querer, e não te quero mais. Encho o peito de ar e solto lentamente pelo nariz. Liberdade! Eu não te quero mais. E repito: Eu, não, te, quero, mais.
Quando a solidão me fez companhia
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