sábado, 24 de setembro de 2011

Eu, você e uma garrafa de Jose Cuervo Black


Na cama, espalmo a mão cheia de anéis no seu peito, desço e subo devagar. Você fecha os olhos, sente o toque.  Encosto minha boca e meu nariz em seu pescoço, expiro forte. Sopro ao seu ouvido palavras de um passado que não vivemos.  Juntos, sonhamos enquanto ouvimos música.  Nós dois temos que acordar cedo no dia seguinte, mas isso não importa. Temos um ao outro, e a garrafa de Jose Cuervo Black. De quê mais precisamos além disso, e de nossos sonhos? Chego perto, mais perto, e te beijo. Ou é você quem me beija, não sei ao certo. Afinal, a tequila embaralha minhas memórias. Só sei que a conseqüência daquele beijo só podia ser uma, se tratando de nós dois (e da garrafa de Jose Cuervo Black).  Madrugada adentro, ficamos livres. “Livres de roupas, livres de tudo, livres.”  Como gostamos. E depois disso, agarradinhos, apagamos, exaustos. Como duas estátuas de mármore na cama, dormindo de conchinha. Boa noite, meu amor. Sonhar – sem pressa - com você faz falta.


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