quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dormir


A hora de dormir nunca foi muito boa para mim. Costumava ser a hora em que todos os meus fantasmas – que eu tinha conseguido esquecer com sucesso durante o dia - vinham me assombrar. Então eu fugia. Ficava acordada até tarde, até não agüentar mais, até os olhos ficarem tão pesados que eu não agüentasse mais abri-los, e aí dormia sem chance de pensar. Mas aí você apareceu, e bagunçou meu mundo todo. Como outras várias coisas que você mudou em mim; você me tirou o medo de dormir. Dormir passou a ser a hora em que ficamos grudados, tão juntos que dá pra sentir a sua respiração quentinha no meu rosto, ou pescoço. A hora em que nos olhamos e não precisamos dizer nada, porque aquele olhar já quer dizer “eu te amo tanto...”. A hora em que eu te faço cafuné, e te ouço roncar feliz nos minutos seguintes. Ainda luto com o sono, mas não por medo de pensar, e sim por querer ficar mais tempo com você. Dormir se tornou a hora em que eu me viro e você passa seu braço pela minha cintura. E aí eu sorrio, e fecho os olhos finalmente...Só para abri-los no dia seguinte, dar de cara com você me encarando e sussurrar “bom-dia, amor.”

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